terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Instituto Equilibrium: INSTITUTO ABERTO

Instituto Equilibrium: INSTITUTO ABERTO: Instituto Aberto a comunidade neste sábado, 14/01/2012, a partir das 7:30 Aulas experimentais de todas as modalidades. Venha se divertir...

sábado, 10 de dezembro de 2011

Hoji (celebrações em memória)

Hoji, traduzido literalmente como "evento de dharma", é uma importante prática Budista para celebrar uma pessoa falecida e para rezar com sinceridade pelo repouso da sua alma. Também proporciona uma excelente oportunidade para a família e amigos consolidarem os laços humanos que o desaparecido provocou, para tomarem consciência do muito que devem ao falecido, para lhe renovarem a sua gratidão e para reflectirem profundamente sobre si próprios, em ligação com quem partiu.

Acredita-se que estas celebrações hoji irão aumentar o mérito da pessoa falecida, para que possa renasça na terra pura. Por este motivo, estas hoji são por vezes chamadas tsuizen-kuyo (prática mais recente de oferenda de bondade). Em Jucchikyo (Daśabhūmika-sūtra, "O Sutra dos Dez Estados") são ensinados três tipos de oferendas: (a) oferendas de incenso, flores, alimentos, candelabros, etc.; (b) oferendas louvor e reverência (cantando sutras e veneração do Buda e do seu ensino); (c) oferendas da conduta correcta (praticando o caminho do Buda e vivendo uma vida saudável).

Depois do Buda entrar no nirvana, os monges Budistas fizeram uma cerimónia de gassho e prostraram-se em frente ao stupa, onde os seus restos mortais estavam depositados. Este ritual comemorativo de reverência é a origem do hoji.

Hoje em dia, no Japão, depois de um funeral, a hoji é realizada todos os sete dias após a morte, num conjunto total de sete vezes. Estas celebrações em memória são chamadas kinichihoyo. Isto baseia-se na antiga ideia Indiana de que a alma do falecido deve permanecer num reino intermédio (chuin ou chuu em Japonês) durante 49 dias após a morte, divagando entre este mundo e o próximo. Cada período de sete dias marca uma perda gradual da ligação com este mundo e, no 49º dia, o falecido renasce em conformidade com a sua retribuição kármica.

Dogen Zenji escreveu, em Shobogenzo Doshin (Coração do Caminho):
"…Quando deixares esta vida e antes de entrares na próxima, existe um local chamado de reino intermédio. Deves permanecer aí durante sete dias. Deves estar determinado para cantar sem parar os nomes das três jóias, enquanto lá permaneceres. Depois de sete dias, passas para um novo reino intermédio e permaneces aí por não mais de sete vezes sete dias (49 dias)..."

Através da cerimónia de um funeral, é proporcionado a uma pessoa falecida que se refugie em Buda, Dharma e Sangha e que se torne um Budista ordenado. Enquanto se mantiver no reino intermédio, o falecido devota-se a si próprio às práticas Budistas, sob a protecção de muitos budas. Os familiares e amigos também apoiam e encorajam o falecido a praticar aplicadamente o Dharma, cumprindo hoji a cada sete dias. Este também é um período de tempo para a família enlutada chorar a perda, aceitando-o gradualmente e para recuperar a sensação de paz.

Também se realizam mais celebrações em memória após o 49º dia, tais como as do 100º dia e do 1º, 3º, 7º, 13º, 17º, 23º, 27º e 33º anos. Estas celebrações em memória de aniversário são chamadas nenkihoyo. São realizadas para apoiar o falecido que já seguiu para a terra pura que continue a caminhada no caminho do Buda. Normalmente, o 33º ano (por vezes, o 37º ou o 50º ano) é o ultimo (tomuraiage, "fim do luto"), assinalando o tempo em que se acredita que cada falecido foi absorvido no espírito ancestral geral. Significa que o espírito é gradualmente purificado pelo poder tsuizen-kuyo, acabando por perder a sua individualidade e se torna um verdadeiro bodhisattava (no Budismo) ou um deus guardião (em Shinto).

Quando rezamos pela felicidade de uma pessoa falecida, mesmo depois da morte e acumulamos a bondade ao realizar hoji (tsuizen-kuyo), vai acabar por trazer felicidade a nós próprios e para os nossos familiares que se mantêm vivos neste mundo. Deste modo, cumprindo hoji, os vivos e os mortos podem influenciar-se e ajudar-se mutuamente. Claro que só é possível quando o fazemos de verdade. Não devemos menosprezar o poder destes rituais.

Fonte: Sotozen-net

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O - Bon


O-bon ou Cerimônia Memorial aos Antepassados. Transmitida da China para o Japão e também um voto de felicidade para todos os seres viventes.

O termo Obon vem de Urabon-e derivada de “Ullabana”, palavra de origem indiana muito antiga. De acordo com o Bussetsu Urabon Sutra, a origem dessa tradição remonta a uma cerimônia oficiada por Shakyamuni Buda para a falecida mãe de Maudgalyayana, um de seus discípulos diretos. Ullabana significa “pendurado de cabeça-para-baixo” e através dessa cerimônia foi possível remover o sofrimento causado pelo mundo no qual ela vivia (esse sofrimento era muito intenso, como se ela estivesse pendurada de cabeça-para-baixo)*.

Tradicionalmente durante O-bom a população realiza oferta de comida aos monges, pois estes tem o importante papel de enviar sentimentos de gratidão aos antepassados no lugar de seus parentes vivos. Ao mesmo tempo, os monges que recebem as oferendas, assim como todos nós Budistas, temos a oportunidade de refletir sobre nossa prática, sobre nossa conduta.

Geralmente é celebrada no mês de Julho ou Agosto, tendo início no dia 13 até o dia 15.

Na véspera,pequenos fogos são acesos com galhos de cânhamo (Kadobi) ou tochas de pinheiro. Servem como guias para os antepassados que estão voltando.

No dia 13 pela manhã é montado o altar para o-bon (Bondana ou Bon-kazari), onde receberemos os antepassados que vêm compartilhar as ofertas. Uma mesa especial chamada Obon-dana ou Tama-dana é montada e sobre ela colocamos os tabletes memoriais da família junto com as ofertas. Nas casas em que esse tipo de altar não é montado, os espíritos dos antepassados são recebidos no Butsudan (ou altar de Buda). São nesses locais que um sacerdote vindo de um templo recita o Tana-gyo - a leitura de sutras para os antepassados*. 


A Famílias se reunem durante o O-bon, visitam os túmulos dos antepassados para limpeza e decoração com flores.

No dias 15 e 16 se realiza a cerimônia de despedida dos antepassados, acendendo-se o Okurubi ou 'fogo de despedida". Onde pequenos barcos são lanzados ao rio levando as oferendas. Atualmente são levados aos templos para assim preservar a natureza.

O mais importante é realizar a oferta com uma atitude de sinceridade.

Fonte: Caminho Zen, Vol.10, No.3-2005
SOTOZEN-NET (Nota: * Textual )

Butsudan (Altar de Buda)



O Altar de Buda ou Butsudan pode ser feito numa mesa simples ou num altar tipo escada, de três andares.
Pode ser colocada uma toalha de mesa (pode ser branca), esta deve estar bem posicionada, centralizada.
A imagem principal (Honzon) da Escola Soto Zen é a do fundador do Budismo, Shakyamuni Buda. A imagem do Thatagata fica no centro da prateleira superior, no coração do altar. Esta área representa o Monte Sumeru (a montanha que está no centro da cosmologia Budista) e no centro dessa área fica a imagem principal.
A ambos os lado da imagem de Shakyamuni Buda colocamos as dos dois fundadores da Escola Soto Zen no Japão, Dogen Zenji (ao lado direito de quem olha) Keizan Zenji (ao lado esquerdo).

Oferta de água é colocada no centro da prateleira do meio. A água deve ser trocada diariamente.
Na prateleira mais baixa do altar de Buda, coloque o vaso de flores, o incensário e o castiçal. Os três na mesma linha. Os incensários possuem uma parte fronteira e uma traseira determinadas. Se o incensário se apoiar em três pés, um dos pés deve estar na frente. Antes do inicio do zazen ou da cerimônia, colocamos um incenso de espera (terço posterior do incensário). Os incensos devem estar bem centralizados. Em caso de termos um castiçal, este vai à direita de quem olha e as flores à esquerda. Se tivermos dois castiçais, estes ficam entre as flores e o incensário. Alternativamente, as flores podem ficar alinhadas com a água.
O Mokugyo (literalmente Peixe de Madeira, um instrumento de percussão) coloque-o à direita (de quem olha), e o(s) sino(s) à esquerda. Caso tenha apenas o sino, coloque–o a sua direita.
O mesmo formato usamos para o altar de Manjurseri Bosatsu.
Muito importante que o altar este sempre limpo e em ordem, respeitando o equilíbrio e a harmonia. Lembre de trocar a água das flores assim como retirar os restos de vela do altar e dos castiçais. Os incensários devem ser limpos diariamente.
Manter o altar limpo e em ordem faz parte da nossa prática. Mostra nossa atenção e a dedicação e o respeito com a prática e com os outros.

Adaptado das informações do site: www.sotozen-net.org.jp
Também pode ver em: http://zendovirtual.wordpress.com/pratica-em-casa/como-fazer-um-altar-para-sua-casa/